quinta-feira, 9 de abril de 2009

A temporada 2007


Equipe atuou com os uniformes apertados no ginásio da Fucas

Culica estava internado e o Campeonato Catarinense de Futsal de 2007 se iniciava. Todos nós gostaríamos que ele estivesse lá para torcer pelo Avaí-LIC. Durante meia década ele teve que amargar ver seu filho à frente de equipes bem mais fracas. Creio que tenha se desgastado por demais. Às vezes o Culica ficava na arquibancada, quieto e perplexo com as deficiências das equipes do LIC. Outras vezes, quando algum jogo estava mais quente, torcia de verdade.
A primeira rodada do Estadual de 2007 foi contra o Fernando Raulino que, assim como a gente, era novidade na competição. Mas o forte elenco migrado da Elase para o tricolor de Florianópolis não era novidade alguma. Vários jogadores já ostentavam um bicampeonato estadual. Nossa equipe entrou em quadra um pouco receosa e, quando a bola rolou, todas as suas deficiências vieram à tona.
.
O Avaí-LIC, ainda em formação e com um perfil de grande habilidade técnica e pouca força física, acabou goleado por 9 a 4. Faltou tudo: experiência, força física e estratégia. Estávamos aprendendo, embora eu já carregasse no peito um bicampeonato dos tempos de Elase. Nessa primeira rodada entramos com uma equipe sem o seu poder de fogo total. Nosso principal jogador, João da Rosa, estava seriamente machucado (ainda assim atuou por pouco tempo no segundo e no terceiro jogos); nosso armador, Gabriel, também entrou em quadra com o joelho avariado. Os dois goleiros, Victor e Aquiles estavam gripados. Gustavo havia quebrado a patela na escola. Colocamos a equipe para jogar do jeito que deu.
.
No segundo jogo, pela manhã, tivemos uma grata surpresa. João da Rosa iria atuar – apesar de estar em fase de recuperação, sua mãe o liberou, embora o médico tivesse pedido mais tempo para uma plena recuperação; eles sempre fazem isso. O jogo foi contra a Elase e acabamos vencendo por 5 a 4 com um gol no último segundo. A vitória só ocorreu porque a regra de 2007 era diferente da atual. Antes, quando o chute partia para o gol e o placar era zerado, se entrasse valia. Hoje, mesmo com a bola em trajetória já não vale mais. Melhor para o nosso time que, assim, venceu pela primeira vez.
.
O terceiro jogo foi à tarde, contra o Colegial, uma equipe entrosada que jogava junta há alguns anos. Embora tivéssemos atuando muito bem, acabamos pecando nas conclusões a gol e perdemos por 4 a 2. Poderíamos ter vencido, mas pontaria positivamente nunca foi um dos fortes das nossas equipes. Nosso time era bom, mas ainda faltavam algumas peças que o tornariam verdadeiramente competitivo.
.
No returno da primeira fase o Avaí-LIC cresceu. Na primeira partida, contra o Fernando Raulino, depois de sairmos à frente com dois gols de vantagem, tomamos uma virada por pura inexperiência. O placar foi 6 a 3 em um jogo de igual para igual. Estávamos mais fortes, já que o fixo Vinícius Manoel veio compor nosso sistema defensivo. Pela manhã, contra o Colegial, a prova de que as coisas estavam mudando. Vencemos o jogo por 7 a 4 e, à tarde, derrotamos mais uma vez a Elase, dessa vez por 7 a 4.
.
Acabamos em terceiro lugar na chave e, na segunda fase do campeonato, fomos parar na forte chave encabeçada pelo Fernando Raulino e pela Estrela Batistense (São João Batista). O quarto time era o Cônsul, de Brusque, uma espécie de azarão, mas que nos deu muito trabalho nos dois jogos em que nos enfrentamos. Viajamos ouvindo um CD com o Hino do Avaí em várias versões. A garotada já não agüentava mais. Na quadra, à noite, enfrentamos o Fernando Raulino pela terceira vez naquela competição e, novamente, perdemos depois de estarmos vencendo. Mas agora por 3 a 2. Pela manhã, um jogo duríssimo que possivelmente se transformou na principal rivalidade da competição: 4 a 4 contra o time de São João Batista Já havíamos vencido eles por 5 a 0 em um amistoso com a nossa terceira formação. À tarde, fechando a rodada, vencemos o Cônsul com muita dificuldade, 8 a 7.
.
Chega o returno, na quadra da Fucas. O mando foi do Fernando Raulino. Chegaram mais três reforços para nossa equipe: Fabinho, Victor e Ranier. Com eles, nossa equipe estava mais forte fisicamente e o resultado se viu em quadra: vencemos pela primeira vez o Fernando Raulino, por 5 a 4 – chegou a estar 4 a 1 a nosso favor, mas no fim sofremos muita pressão e fomos cedendo espaço. Mas o importante é que vencemos. Contra São João Batista vencemos por 7 a 5 e, contra o Brusque jogamos o suficiente para vencer por 5 a 1. Terminamos empatados em número de pontos com a Estrela Batistense mas vencemos a chave no confronto direto.
.
Levamos o mando de quadra do returno para casa, mas no turno da terceira fase tivemos que voltar a São João Batista. Como na vez anterior, ficamos alojados em uma escola, próxima ao Ginásio Manecão. Respirei muito giz das salas de aula e minha rinite ia de mal a pior. Acho que a do Diogo também. Estávamos desfalcados do João da Rosa, que teve que um compromisso de família no Rio Grande do Sul e, mesmo com todos os nossos apelos à sua mãe, ele não teve como deixar de comparecer.
.
O primeiro jogo dessa fase foi contra a Spaca Blu. Perdemos por 3 a 1. Fiquei surpreso com o fortíssimo sistema defensivo por zona armado pelo treinador adversário. Era a melhor defesa do campeonato, sem qualquer dúvida. Um bom goleiro dificultava ainda mais as coisas para o nosso lado. Fomos totalmente anulados. Pela manhã enfrentamos o Helio Moritz, de Lages, em um jogo eletrizante. Vencemos por 7 a 4. À tarde, finalmente, o jogo contra a Estrela Batistense. Havia um certo clima tenso no ar, já que na noite anterior uma garotada de bicicleta ficou na frente do ginásio de esportes local tentando intimidar nossos atletas. Fui lá ver o que ocorria e ficou todo mundo quieto. A coisa toda acabou por ali. Na quadra, porém, fomos totalmente dominados pelo time local. Perdemos feio: 6 a 2.
.
A situação estava crítica. Amargávamos a terceira colocação do grupo e tínhamos que vencer pelo menos dois jogos em casa para nos classificar. E o primeiro time que entrou em quadra para nos enfrentar foi justamente o Spaca Blu, com seu rígido sistema de defesa. O que eles não contavam era com a volta do João da Rosa, cheio de fome de bola e se sentindo responsável, em parte, pelos maus resultados do turno. Foi um verdadeiro massacre: 9 a 1. Quando tudo parecia estar bem encaminhado – e vivendo ainda a euforia do jogo da noite anterior – perdemos por 7 a 6 para o Hélio Moritz, em um jogo que parecia uma pelada. A derrota nos obrigou a vencer o jogo da tarde, contra o São João Batista. Conscientes do poderio da nossa equipe, eles fizeram de tudo para nos eliminar. Não se iludiram com a vitória por 6 a 2 duas semanas antes, já que o nosso time não estava completo – além do João, o Vinícius Manoel havia recebido o terceiro cartão amarelo no jogo anterior. Fizeram de tudo, mas não deu. Goleamos por 8 a 4. Se tomássemos mais dois gols nesse jogo estaríamos desclassificados. Passamos em segundo lugar, atrás da própria Estrela Batistense.
.
Estreamos na quarta fase contra a equipe de São João Batista, mais uma vez no Ginásio Manecão. E perdemos por 5 a 4, um jogo em que fomos bastante prejudicados pela arbitragem que não deu uma penalidade clara quando faltavam apenas cinco segundos para encerrar a partida. Pela manhã, nos impomos diante do Clube Doze de Agosto, vencendo por 6 a 3. À tarde, numa partida tumultuada pelas torcidas, goleamos a Elase por 12 a 7. Peladaço! O returno foi disputado na reduzida quadra do Clube Doze de Agosto. Tivemos a Estrela Batistense mais uma vez pela frente. Possivelmente foi o pior jogo da nossa equipe em todo campeonato. Tomamos uma surra: 8 a 3, que poderia ter sido muito pior. Refeitos do susto, jogamos uma boa partida pela manhã, vencendo por 10 a 6 o Clube Doze de Agosto. À tarde, vencemos a Elase por 4 a 3, em uma partida em que o adversário simplesmente abandonou a quadra quando ainda faltavam seis minutos para serem jogados e tudo poderia acontecer. Abandonaram a quadra e disseram adeus ao campeonato. Mais uma vez nos classificamos em segundo lugar no grupo. Estávamos, agora, na quinta etapa, a fase semifinal da competição.

Nenhum comentário:

Postar um comentário