quinta-feira, 9 de abril de 2009

A nova Liga


Sub-15 conquista um inédito vice-campeonato na Liga de Futsal 2008
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As equipes do Avaí-LIC entraram na Liga Atlética de Futsal (LAF) com diferentes motivações. A equipe Sub-11 testava o seu poderio diante de adversários considerados mais fortes, já que estavam preparados para disputar o Campeonato Catarinense de Futsal, com equipes reforçadas. Por outro lado, tanto o Sub-13 quanto o Sub-15 decidiram, a princípio, utilizar a Liga para acertar os times para o Estadual.
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O Sub-11, grupo que não aderiu totalmente à filosofia vigente no clube naquele momento, foi a que mais se ressentiu da falta de valores para disputar uma competição de nível tão elevado. Último reduto dos filhos de associados, o Sub-11 durante todo o tempo abrigou a oposição ao meu processo de gestão da modalidade no clube. Parte do grupo sempre questionou a nossa busca pela competitividade, salientando que o futsal do LIC deveria abrir espaço para quem já estava lá há mais tempo. Para esse grupo, fortalecer as equipes era uma agressão. Na verdade, sentiam-se perdendo cada vez mais espaço dentro do LIC à medida que os resultados iam aparecendo. Em função de tudo isso, o máximo que a equipe Sub-11 fez em 2008 foi disputar a semifinal do primeiro turno da LAF. Despediu-se da Liga amargando uma derrota por 6 a 1 para a Elase. Terminou em quinto lugar geral da competição, a pior colocação daquele grupo em todos os anos que participou da competição.
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O Sub-13 utilizou a Liga para treinar. Desde o início os jogadores priorizaram o Estadual. Assim, em muitos jogos a equipe não contava com todos os seus titulares. E, mesmo que todos viessem, ainda havia um problema mais grave: o cansaço. Jogadores como o Diogo e o Jhonathan viajavam 180 quilômetros de carro ou ônibus, antes das partidas, chegavam, trocavam de roupa no vestiário e iam para a quadra. Não é de se estranhar que o grupo rendesse apenas no primeiro tempo. No segundo – contra outros times grandes – havia um claro desgaste. Além dos dois, o Serginho também vinha de muito longe. Alguns jogadores ainda treinavam durante a tarde em times de futebol de campo, como o goleiro Victor, o pivô Marcão, o armador Pelezinho, entre outros e nem sempre chegavam em plenas condições de jogo.
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No caso do Victor, por diversas vezes jogou até doente. Foi o caso da partida que decidiu o segundo turno contra o Colegial. Atuou com 38 graus de febre e à base de medicamentos na casa do adversário. Teve que jogar os 30 minutos regulares e mais 10 minutos de prorrogação. Contra a Elase, na primeira partida da final, atuou muito dolorido em função dos intensos exercícios de musculação na academia do Avaí Futebol Clube. No segundo jogo, no ginásio da Elase, foi ainda pior. Jogou com forte dor de cabeça, após ter atuado duas horas antes em uma partida de futebol do Avaí, na qual teve grande participação embaixo de um sol de mais de 30ºC. Parabenizo a sua bravura. Foi digna de sua função de capitão do time.
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Enquanto uns se esforçavam, outros não estavam nem aí para a Liga. Muitas vezes tive que buscar pessoalmente os jogadores em casa. Lembro-me que, em um daqueles dias chuvosos da primavera de 2008, precisei buscar os jogadores de Biguaçu. Peguei o Pelezinho, o Marcão e o Pellegrini. No caminho de ida, acabei furando um pneu do meu carro. Estava com o Victor e o Yan na carona. Em cima da hora consegui pegar os três – um a um – e fomos para o jogo, em Santo Amaro da Imperatriz. Na volta, deixei novamente todos eles em casa e voltei para Florianópolis. O Yan dormiu na minha casa. Assim funcionava a equipe na Liga. Pelo menos vencemos essa partida contra a Adesa por 3 a 1.
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No jogo contra o Clube Doze de Agosto, que valia a vaga na semifinal, simplesmente os jogadores titulares não apareceram para jogar. Apenas o Victor e o Yan. Mesmo os reservas não se apresentaram. Não teve jeito, tivemos que colocar em quadra os jogadores Sub-12 para atuar. Acabamos perdendo por 3 a 1 para um time que a gente havia goleado por 10 a 1 sem muito esforço – e sem todos os titulares, meses antes, no Estadual. Por sorte o Sub-13 se favoreceu com a derrota da Elase, também para o Clube Doze de Agosto, e entrou na semifinal do segundo turno.
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No primeiro jogo, contra os Filhos da Lua, em casa, tivemos muitas dificuldades para vencer por 10 a 7. Parecia uma “pelada”, já que nosso time entrou em quadra aceitando um jogo aberto com o adversário. Não houve tática, só individualismo. No fim, prevaleceu quem tinha mais técnica. No jogo seguinte, na quadra de 40 metros da Adiee, nossa equipe entrou mais focada e não deu a menor chance ao adversário, vencendo por 6 a 1.
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Estávamos na final contra o Colegial. A equipe entrou em quadra sem seu principal jogador, o Diogo. Mesmo jogando em casa, sentimos a pressão e acabamos perdendo por 3 a 2, com uma grande atuação do nosso goleiro, que evitou uma catástrofe. O resultado colocou nossos adversários a um passo da final. No segundo jogo, na casa deles, precisávamos vencer duas vezes, no tempo regular e na prorrogação. Além do Victor entrar em quadra com febre, novamente tivemos o desfalque do Diogo. Também não jogaram o Jhonathan e o Cleyton. Mas a equipe foi guerreira e chegou a estar vencendo o jogo por 6 a 1. Com as mudanças, para poupar o time para a prorrogação, o placar foi encurtado para 6 a 4. Na prorrogação, o Colegial saiu na frente. Demorou pouco para reagirmos, virando o jogo para 3 a 1. O final foi emocionante. Estávamos pendurados com cinco faltas e, nos minutos derradeiros, não teve jeito: a arbitragem marcou a sexta e a sétima faltas quase que seguidas. Ambos os tiros livres da linha de 10 metros foram defendidos pelo nosso goleiro. Diante de uma intensa pressão, nos limitamos apenas a destruir os ataques adversários e tentar contra-atacar. Há sete segundos do final da partida, os árbitros marcam pênalti para o Colegial, que converteu. Foram os sete segundos mais longos da nossa história, já que perdemos a bola na saída e ainda tivemos que conter mais uma vez o ataque adversário. Felizmente Victor defendeu o chute e jogou a bola para o alto, em parábola, na direção da meia quadra oposta. Acabou-se o jogo com a nossa equipe gritando “é campeão” e devolvendo o “chocolate” que ganhou em maio, no início da Liga.
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Na final, contra a Elase, o time veio quase que inteiro para a disputa. Todos os titulares estavam em quadra, mas pareciam que não estavam. O cansaço e os problemas físicos se avolumaram durante a decisão da Liga. Em duas partidas vencidas por 8 a 4, a Elase triturou a nossa equipe, de forma absoluta e justa. Acredito que, por tudo o que ocorreu com o Sub-13 durante essa competição, acabamos saindo no lucro. O vice-campeonato estava de bom tamanho.
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Já o Sub-15, que até a desclassificação Estadual tinha a Liga como uma segunda alternativa, passou a pendurar suas esperanças nessa competição. Desde o Torneio Início, a equipe já sabia que teria que vencer a AABB para conquistar o título, já que havia perdido a decisão por 3 a 2. Havia uma grande expectativa de vitória, pois o time, que nesse evento colocou em quadra sua base Sub-14, se apresentou muito bem, perdendo “nos detalhes”. No Estadual, após estar vencendo por 4 a 2, acabou cedendo o empate aos adversários. Era jogo duro, todos pensavam. Mas o que não contávamos era com a acachapante derrota por 8 a 0 no primeiro turno da LAF, jogando em casa. E eles acabaram vencendo o primeiro turno.
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No returno, um novo empate por 4 a 4 com a AABB colocou a equipe em condições de brigar pelo título. Mas então veio o jogo contra o Clube Doze de Agosto. Estávamos vencendo por 4 a 1 quando faltavam pouco mais de 5 minutos para encerrar a partida. O técnico Alex Silva, querendo ampliar a vantagem, colocou em quadra o goleiro-linha Roger. A mudança fez o sistema defensivo do time desmoronar e em poucos minutos tomamos uma virada histórica: 7 a 5. Era o fim da Liga. No último jogo ainda vencemos a Adesa por 6 a 0, mas já não adiantava mais nada. Ao menos serviu para comemorarmos o vice-campeonato de forma digna. A AABB foi a campeã.

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