quinta-feira, 9 de abril de 2009

As parcerias de 2007


Julio Pieri, um empresário que apostou no Avaí-LIC

O desafio era muito grande: levar nas costas um projeto ousado, que envolvesse diversos tipos de serviço e pelo menos uma fonte sólida de recursos para arcar com os custos da temporada 2007. Dentro do nosso plano de marketing a intenção de fidelizar os patrocinadores aparece como uma das prioridades. Sendo assim, tivemos que recorrer ao Colégio Tendência mais uma vez, mas apontando para a necessidade de um reajuste de valores. Alegando que estaria fora dos limites previstos pela escola após consulta ao financeiro, o diretor do Tendência bateu o pé nos mesmos valores da temporada anterior, sem considerar o grande aumento de custos que teríamos durante a temporada. Obviamente era um sinal de que precisaríamos de um novo parceiro para a empreitada.

Da mesma maneira, a Brasil Telecom reduziu seu repasse de recursos de R$ 4.500 para R$ 3.500. A compensação viria através da Sul Imagem, que nos repassaria R$ 7.200 para os custos com a temporada e mais R$ 27 mil para reforma da quadra. Não houve outra fonte de receita em 2007. Ou seja, com exatos R$ 20.700, não considerando a verba para reforma, tivemos que arcar com todas as despesas das quatro equipes. Obviamente fizemos uma reengenharia de custos e priorizamos a participação do Sub-13 no Campeonato Estadual. As demais equipes continuariam a participar das competições que vinham disputando anteriormente. Gerou uma grande ciumeira e, pela primeira vez durante a minha gestão, a oposição se manifestou de forma organizada e radical. Mas não deu em nada.

Com uma receita mínima e um grande sonho em mente, fui atrás dos serviços tão necessários ao funcionamento profissional de uma equipe de competição. São eles: assistência médica, assistência odontológica, fisioterapia e academia de musculação.
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Com a Unimed, que já vinha sendo sondada desde 2006, foi fechado um contrato no valor de R$ 10 mil anuais que, a princípio cobriria apenas a equipe que disputaria o Campeonato Estadual, mas em seguida foi estendida aos demais atletas. Essa assistência deveria ser somente para problemas oriundos da prática esportiva, mas acabou sendo generalizada, inclusive com algumas operações necessárias durante a temporada.
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No caso da fisioterapia, a Clínica Forma e Equilíbrio nos forneceu o serviço em troca de sua marca estampada no Jornal do Futsal e nos coletes de treino. Os serviços odontológicos do Chain Dental Center foi permutado pela propaganda no Jornal do Futsal e nos coletes de jogo. A Academia Racer, que abriu seu espaço aos nossos atletas Sub-13 e Sub-15, permutou o serviço por um espaço nas camisas de jogo e no Jornal do Futsal. Todos os patrocinadores ganharam espaço em nossos sites. A Unimed chegou a colocar dois banners no ginásio de esportes do LIC.
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Em relação aos uniformes de jogo, tivemos que encomendar quatro jogos – dois para o Sub-11 e dois para o Sub-13, nossas principais equipes. A categoria Sub-9 praticamente não atuou em 2007 por falta de reposição da escolinhas de futsal. Já o time Sub-15 participou das competições sem ostentar a marca Avaí-LIC, que surgiu da principal parceria firmada pelo clube naquele ano. Também não foi muito longe em suas pretensões. A Pieri Sport foi mais uma vez a nossa fornecedora. Dentro no novo modelo de negociação, acabou lucrando com a nossa aquisição de bolas e agasalhos. Uma mão lavando a outra.
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A JAN Bebidas se manteve como nossa fornecedora de água mineral, um apoio indispensável em todas as competições. Era esse o staff de patrocinadores que compunha a base de sustentação do clube nas competições de 2007. Acabou dando certo, porque a equipe Sub-13 caiu na fase semifinal do Campeonato Estadual. Caso tivéssemos ido para a final, em São Miguel D’Oeste – de novo! -, seria complicado. Teria que buscar uma suplementação de recursos junto aos patrocinadores e aos pais. Em caixa havia cerca de R$ 1.200. Acabei empregando grande parte desses recursos para promover a Taça Tendência de Futsal, que teve a finalidade de dar um ânimo à nossa abalada equipe, desclassificada, mas ainda disputando a fase semifinal da Liga de Florianópolis.

Na verdade não houve erro de cálculo, mas precisamos atender a diversas demandas das outras duas categorias, especialmente da Sub-11, onde se situava o front oposicionista. E também ocorreram investimentos na categoria Sub-12, que se formava para despontar no ano seguinte. Com o caixa baixo, não apreciei o pedido do técnico Alex Silva. Mas acatei e hoje acredito ter sido uma das mais inteligentes decisões de tomei durante toda a minha gestão. Enquanto os custos extras se avolumavam e, diante da impossibilidade de ter feito suprimento de caixa para ocasiões de emergência, tive que mexer no dinheiro do orçamento para o Campeonato Estadual.

A questão é que não seria dinheiro o que nos separaria das finais do campeonato. Se fosse preciso eu tiraria do meu próprio bolso, como fiz por diversas vezes, para levar a equipe à decisão. Para ir à final seriam necessários mais R$ 4 mil. Eu tinha pouco mais de R$ 1 mil, mas havia gasto R$ 1.650 com os custos extras. Ainda assim o erro foi pequeno. Acabou não transparecendo e ainda sobrou para investir em outra competição e arcar com os custos iniciais do ano seguinte.

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